Autora: Isabela Pâmelli Martins
Ano: 2018
Editora: Chiado
Páginas:
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Ainda muito nova, Pâmelli viajou com seus pais para a capital do Brasil. Em Brasília, a menina carioca, foi educada em escolas internacionais e passou a frequentar a alta sociedade brasileira dos anos 80. Rodeada por privilégios, nem a separação de seus pais e as dificuldades financeiras da sua mãe, evitou que com seus dez anos de idade, ela partisse em uma excursão somente para adultos nos EUA. Com seus 22 anos, não demorou muito que seu emprego em uma importante escola de línguas lhe proporcionasse o suficiente para uma viagem à França.
Seriam seis meses estudando e conhecendo a Cidade Luz. Na França Pâmelli se sentiu abraçada, como se fizesse, finalmente, parte daquele mundo, muito diferente do Brasil em que vivia. Pela primeira vez na vida, mesmo tendo que trabalhar em uma casa de família fazendo aquilo que ela jamais fez em sua própria casa, ela se sentiu completa. Porém, é com a chegada de Charles, um francês mais velho e requintado, que Pâmelli se vê abalada por suas inseguranças. Seria algo que lhe abriria portas, enfim, para o novo.
Paris, Mon Amour é um livro de memórias de uma jovem garota criada em berço de ouro. As lembranças de uma jovem mulher em um mundo diferente com suas primeiras experiências, seja conhecendo lugares deslumbrantes do velho continente ou se rendendo a sua primeira paixão. Falando-se dos assuntos do coração, Pâmelli nunca tinha vivido grandes aventuras, o que faz que seu relacionamento com Charles seja extremamente intenso.
Em seis meses, Pâmelli passa pelas diversas fases do amor, a insegurança de um novo relacionamento, a paixão tórrida, a construção da confiança, a dúvida de ser ou não correspondida, o amadurecimento forçado e até as pequenas decepções. Acredito que para se ter sucesso em um relacionamento, precisa-se navegar por cada um desses mares. E mesmo assim, nem sempre saímos ilesos durante o caminho. É por este motivo que Pamêlli erra, acerta, sofre, é feliz, se entrega e recebe tudo tão intensamente, em pouco tempo a personagem se vê num turbilhão de sentimentos. Agora imaginem tudo isso somado a pouca experiência que ela possui.
É natural que a personagem seja imatura. Não no sentido ruim da palavra, mas da forma que todos somos quando jovens. Afinal, a própria Pâmelli destaca que se no Rio de Janeiro, ela era uma patricinha mimada e cheia de frescuras, na França ela era apenas uma estudante, tendo que enfrentar as mais diversas dificuldades e ficar contando o pouco dinheiro que possuía.
Entretanto, talvez por eu já ter passado por esta etapa, me vi julgando e balançando a cabeça em diversas atitudes da personagem ou em cada pérola que ela largava ao longo da sua narrativa, visto que o livro é narrado em primeira pessoa. Por vezes, vi resquícios de pensamentos preconceituosos nos personagens e eu, sinceramente, me vi incomodada com estes pequenos detalhes, que nem somam a construção da narrativa de um modo geral, mas a questão é que eles existem no livro e eu precisava menciona-los nesta resenha.
Em contraponto, o leitor consegue saber que Pâmelli ainda tem muito o que aprender, pois faz parte do processo acompanhar uma pequena fatia da vida da personagem e o modo como ela irá, ou não, evoluir ao longo dos anos após sua passagem por Paris. É importante salientar também que o livro foi rascunhado entre os anos de 1995 e 1996. Os tempos eram outros e mesmo que Paris, Mon Amour seja um livro de memórias, é preciso deixar claro que minhas críticas se referem a personagem e não a autora.
Em contraponto, o leitor consegue saber que Pâmelli ainda tem muito o que aprender, pois faz parte do processo acompanhar uma pequena fatia da vida da personagem e o modo como ela irá, ou não, evoluir ao longo dos anos após sua passagem por Paris. É importante salientar também que o livro foi rascunhado entre os anos de 1995 e 1996. Os tempos eram outros e mesmo que Paris, Mon Amour seja um livro de memórias, é preciso deixar claro que minhas críticas se referem a personagem e não a autora.
É um fato que a construção deste livro ajudou a autora a passar por um momento bastante difícil em sua vida nesta época, conforme a entrevista que fizemos com ela aqui no site. Ato, sem dúvidas, corajoso da autora, que resolveu abrir seu coração para o leitor, para que ele se identificasse, julgasse e se sentisse por dentro das mesmas ruas em que Pâmelli passou na França. O livro é inspirado nas próprias vivências da autora e por isso de Paris, Mon Amour ser tão verdadeiro. Cheio de acertos, imprecisões e encantos.
Um destaque para a mãe de Pâmelli que sempre foi uma leoa. Sem dúvidas este é o tipo de pessoa que eu gostaria de conhecer. Uma mulher forte, determinada, objetiva e muito lúcida. Imagino a dificuldade que fora criar uma filha, proporcionando o bom e o melhor, sendo solteira numa sociedade que ainda é, até hoje, machista e preconceituosa. Agora, imagine isso no início dos anos 90. Sem dúvidas existiram, existem e ainda existirão muitas Donas Ilmas para servirem como exemplo.
Ainda preciso fazer um pequeno adendo quanto a diagramação do livro. Preciso sugerir para a editora, ou para a própria autora, que na próxima impressão que seja incluído notas de rodapé sempre que os personagens falarem em outra língua durante a história, o que acontece com certa frequência. É importante lembrar que o leitor pode não entender francês ou inglês. Isso ajuda muito durante a leitura.
Por fim, a história de Pâmelli com certeza pode ser a de qualquer pessoa. O romance que Pâmelli viveu poderá tocar o leitor de diferentes formas. Sem dúvidas esta é uma leitura que muitos poderão se identificar, por se tratar de uma personagem humana, que não vem para ser "a mocinha" da história, mas que vem para compartilhar, que vai amadurecendo com o tempo e não repentinamente. Eu tenho certeza que existem muitas Pâmellis por aí, sonhando em conquistar seus objetivos, tropeçando em romances e aprendendo com cada centelha de vida que lhe é oferecido.
Olá, é possível perceber que a autora fez questão de refletir um pouco de sua trajetória pessoal na protagonista, algo que parece funcionar até certo ponto. Martins consegue captar essência da juventude ao mostrar os altos e baixos da protagonista, porém quem procura algo um pouco mais movimentado pode se decepcionar, visto que a trama opta por um ritmo bem lento. Beijos.
ResponderExcluirAinda não conhecia essa autora. Bom, é a primeira vez que estou lendo uma resenha desse livro, apesar de ser romance que eu adoro muito, não me senti atraída pelo livro nem pelo enredo... Não sei, sabe quando você lê a sinopse e... Nada?! rsrs
ResponderExcluirMas achei bem legal da historia transmitir algumas experiencias que a autora teve né, bem bacana, é uma forma até de conhece-la melhor.
Adorei a resenha, bjs
Andei lendo alguma coisa sobre este livro já tem um tempinho e sei lá..rs
ResponderExcluirMesmo sendo colocado esta "trajetória" da mocinha, não vi nenhum acréscimo a mim este livro de relato.
Tá, eram os afoitos da juventude, o ter muito dinheiro, muito status e depois??
A capa está realmente maravilhosa e talvez o livro até cumpra a missão de entreter ou dizer que a vida pode até parecer fácil,mas de fato, não é!rs
Beijo
Oi, Joi,
ResponderExcluirAgora, a proposta desse livro chamou a minha atenção. Nota-se que a riqueza em detalhes, uma nova cultura e experiências descritas nas páginas, têm muito o que entregar para os leitores.
falou de Paris ja me interessou! acho que conhecer outros lugares é sempre super enriquecedor, mesmo que seja pelos olhos de uma personagem
ResponderExcluirwww.tofucolorido.com.br
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Oi Joi,
ResponderExcluirNunca tinha visto nada desse livro, essa foi a primeira vez. Não fiquei nada empolgada para ler ele :/ Só gostei do fato de se passar em Paris, mas de resto... :/
Parecia até interessante a trajetória de vida da personagem, pois ela teve uma mudança brusca em sua vida, deve ter passado por poucas e boas nesse processo, ir para outro País e passar por dificuldades lá não deve ter sido nada fácil, ainda mais que aqui ela vivia bem. Esses pensamentos preconceituosos também me incomodariam, bom duas estrelas é muito pouco para despertar meu interesse em ler.
ResponderExcluirOi Joi,
ResponderExcluirLi seu post sobre a autora, e gostei bastante.
Primeiro o livro me ganhou pela época e lugar que se passa, sei que é diferente do que vivemos hoje, mas gostaria de conhecer. Segundo, acho demais quando a escrita/leitura desperta na vida das pessoas, e foi o caso da autora, muito bonito esse encontro.
Sobre a história, achei que tem uns pontos irreais, e claro, preconceito não é bom em nenhum lugar, e sinto que a protagonista não conseguiu evoluir nesse sentido. Agora, o romance, esse sim está bem real, quantas vezes não passamos por essas fases de um relacionamento em pouco tempo? Do amor a dor... Gostei!
Beijos
Oi Joi!
ResponderExcluirNossa desde que li a entrevista com a autora aqui no blog eu quero mto ler o livro, a sinopse me prendeu tanto e agora lendo a resenha, tenho mais do que ctz que preciso mto conhecer a história, amo livros que trazem Paris como tema e principalmente quando faz o leitor se identificar.
Espero ler em breve.
Bjs!
Olá, Joi
ResponderExcluirA capa do livro é linda, desde que li a entrevista com a autora fiquei curiosa a repeito do livro.
Mesmo o livro se ratando de uma personagem jovem e ser baseado nas experiências da autora penso que a leitura vale a pena para conhecer a cultura francesa.
Quando aparece os diálogos em outro idioma penso como você teria que ter tradução ou pelo menos uma nota indicando pelo menos o assunto.
Beijos
Oi! Não sei, mas desde que eu li a entrevista com a autora, eu meio que descartei a leitura deste livro.. Pode ser um pouco exagerado da minha parte, mas eu confesso que nada nesta obra me atraiu. Achei um tanto fora da minha realidade, por o livro se tratar de memórias e experiências reais, em boa parte, achei um pouco fútil. Achei meio que forçado. Enfim, agradeço a resenha!
ResponderExcluirBjoxx
Olá! A autora realmente tem que ser bem corajosa para expor seus sentimentos, inseguranças e conflitos para todo nós leitores, acredito que essa fase da vida é repleta de tentivas e erros, e o que aprendemos com eles poderá (ou não) nortear nossas atitudes futuras.
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