Resenha: Como se Apaixonar

Título Original: How To Fall In Love
Autora: Cecelia Ahern
Ano: 2013
Editora: Novo Conceito
Páginas: 343
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No início desse ano eu tive a chance de conhecer a escrita de uma autora que já é velha conhecida e muito querida de muitos dos leitores. Confesso que já tinha me deparado com alguns dos livros da Cecelia Ahern durante meus passeios pelas livrarias, mas nunca tinha ligado os livros à autora, para ser bem sincera, durante muito tempo eu nem mesmo sabia quem era essa irlandesa graciosa cheia de histórias fofinhas. 

Tudo mudou quando li A Lista (resenha aqui), graças a esse livro eu finalmente coloquei um rosto às histórias criadas pela autora, e também decidi que quando tivesse a chance, gostaria de dar mais uma conferida nos romances lindinhos da autora. Graças ao Estante Diagonal, eu tive outra chance para conhecer as histórias fofas e engraçadinhas criadas por Cecelia, e hoje venho compartilhar com vocês o que achei de seu último livro lançado aqui no Brasil.

“Dizem que um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar. Não é verdade. Bem, é verdade que as pessoas dizem isso, mas não é um fato verdadeiro. ”

No livro Como se Apaixonar nós seremos apresentados a história de uma personagem adorável e extremamente simpática, chamada Christine. Christine é dona de uma agência de empregos e passa a maior parte de seus dias ajudando pessoas a mudarem de rumo, a mudarem de vida, a encontrarem uma forma de fazerem o que amam e seguirem com sua carreira profissional. Além disso, essa personagem maravilhosa realiza um belíssimo trabalho com aqueles clientes considerados problemáticos, com aqueles cliente mais difíceis e impossíveis. 

Christine se encaixa naquele grupo de pessoas que gostam de ajudar os outros, e é exatamente por esse motivo que eu digo que ela possuí um emprego que combina perfeitamente com ela. Outro fator interessante, e que vocês devem ter em mente quando falamos sobre a personagem, é o fato de que ela possuí uma coleção de livros de auto-ajuda, um para cada tipo de situação, para cada tipo de problema, para cada tipo de dúvida. Sendo assim, sempre que ela não sabe o que fazer, ou quando ela possuí algum cliente problemático, seus livros servem de socorro, servem de guia.


Em um primeiro momento poderíamos até mesmo pensar que a vida de Christine é ótima, mas nem tudo são flores nessa história, e como estamos falando de uma “comédia/drama romântico” (gente, esse livro poderia virar um filme, fácil fácil), logo no início da narrativa descobrimos que a personagem esteve presente durante a tentativa de suicídio de um homem decepcionado e sem esperanças. Abalada com o evento, traumatizada pela conversa que teve com o homem suicida e aterrorizada pelo medo, Christine decide tomar novos rumos para sua vida.


Ela então decide se afastar daquilo que a faz sofrer, de tudo aquilo que não faz mais sentido, assim, ela pede o divórcio após um ano de casamento. Como tudo que está ruim ainda pode piorar, durante uma bela noite, enquanto passava por uma ponte de Dublin, Christine encontra Adam, um homem sem esperanças que pretende pular e acabar com todo o sofrimento que a vida pode trazer consigo. Buscando uma forma de fazer com que Adam mude de ideia e saia da beirada da ponte, Christine o convence de que pode mostrar tudo de bom que a vida poderia oferecer e ainda ajuda-lo a resolver seus problemas pessoais em apenas duas semanas.

“Os livros eram minhas bíblias, meu auxílio para resolver problemas quando eu mesma estava perdida ou precisava de soluções para clientes problemáticos. ”

A premissa de Como se Apaixonar é bem simples, trata-se de uma história que você inicia com a sensação de que já ouviu em algum lugar, é um clichê engraçadinho e fofinho. Neste livro nós seremos apresentados a dois personagens que se encontram por meio de um evento, um acaso do destino, e por motivos diversos passam a conviver durante um período de tempo determinado. 

Preciso dizer, com a sinceridade que sempre busco trazer para as minhas resenhas, e com toda a minha chatice de galocha, que os defeitos que encontrei nesse livro estão justamente nos clichês utilizados pela autora. O primeiro elemento que me incomodou foi justamente o fato de ver uma pessoa totalmente despreparada iniciando uma jornada de auxílio e ajuda com um homem claramente problemático, com fraturas psicológicas que ela desconhecia, e com decepções que o levaram a observar o suicídio como única alternativa. Duas semanas não são capazes de mudar alguém que estava no estado em que Adam dizia estar (a menos que ele apenas gostasse de flertar com a morte), duas semanas não colocam os pedaços em seus devidos lugares e encaminham uma pessoa de volta para sua jornada. Além disso, duas semanas, para uma pessoa despreparada e outra que não tinha a mínima vontade de mudar, se transforma em um período de tempo muito curto. É claro que eu entendo que a usada fórmula funciona, que torna o livro mais fluído, porém, observando a seriedade da situação, esperava uma narrativa um pouco mais séria por parte da autora.


Mas é justamente onde falta seriedade que o livro transborda bom humor, cenas engraçadas e fofurices de uma típica comédia romântica. Ao contrário de Kitty (personagem de A Lista), Christine é uma pessoa adorável, bem humorada, uma personagem lindamente construída, que conseguiu me conquistar desde o início da leitura. Neste livro nós temos uma personagem principal que faz jus a posição que recebeu. Nesta história as partes engraçadinhas e fofas ficam, em sua maioria sobre o encargo de nossa querida Christine, mas como não poderia ser diferente, é Adam que ganha nossos corações, e nos surpreende com aqueles bons momentos de suspiros apaixonados. Quem nunca se apaixonou por um personagem problemático, temperamental e cheio de problemas não sabe tudo que está perdendo quando se trata de um clichê como esse.

“E, quando aquele temido amanhã chegar para nós, por favor, saiba que eu não quis deixa-lo, ou ser deixada para trás, que cada momento que passei com você foram os melhores momentos da minha vida. ”

Mas não se enganem, este livro não é feito apenas de cenas fofinhas e engraçadinhas. Uma das coisas que percebi, e das quais mais gostei nos dois livros que li da Cecelia Ahern, é o fato de que ela consegue criar romances simples e ainda inserir belas mensagens, reflexões e conselhos sobre a vida. Em meio a história, Cecelia nos mostra como é viver, a dores, os sofrimentos, as alegrias e as surpresas que a vida pode trazer consigo, ela nos apresenta reflexões sobre o modo como agimos, sobre o modo como poderíamos agir e como poderíamos encarar vários momentos de nossas vidas. 

Com uma narrativa simples, uma história fofa e muitos contratempos, Ceceia Ahern nos mostra o quanto é importante ajudar os outros, o quanto isso pode fazer a diferença na vida daquela pessoa, mas também em nós mesmos. Além disso, percebemos de maneira adorável como a vida é passageira, como os momentos passam rápido e devemos fazer nosso melhor para aproveitá-los, esquece-los ou guarda-los conosco, pois nossa jornada é feita de altos e baixos, e depende apenas de nós decidir o que iremos fazer com cada momento de nossas vidas.


Como se Apaixonar é aquele tipo de livro que todo amante de romances, comédias românticas e bons clichês irá curtir, mas também se trata daqueles livros que irão te acompanhar quando estiver precisando de uma leitura leve, simpática e graciosa. Cecelia Ahern provou para mim que sabe o que faz e que faz com o coração, apesar de não se tratar de meu gênero literário preferido, eu não tiro o mérito da autora, com uma fórmula de sucesso ela acerta ao inserir o quesito vida em suas histórias, e isso é algo que torna qualquer comédia romântica mais lindinha e interessante.

“Momentos são preciosos; às vezes eles se demoram e, em outras ocasiões, são passageiros, mas, ainda assim, muito pode ser feito durante eles; você pode mudar de ideia, pode salvar uma vida e pode até se apaixonar. ”

8 comentários

  1. Gostei do livro, da personagem de Christine, querendo ajudar as pessoas, do romance, a capa está muito linda, beijos...

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    1. Olá Vania, tudo bem contigo ???
      A Christine é uma fofa né ?! Também gostei dela, apesar de não ter gostado de alguns pontos da história. Mas é um livro que vale a pena ler, principalmente se você curte romances !!! ^^

      Beijinhos

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  2. Gosto de romances, clichês, personagens fofos, livros bem humorados, reflexivos e cheios de mensagens... Minha experiência com o único livro da Cecelia Ahern que li me diz q Como se apaixonar vai me agradar muito, rsrs.
    Ótima resenha!
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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    1. Olá Carol, tudo bem contigo ???
      Muito obrigada flor, fico feliz por saber que gostou da resenha !!! ^^
      Assim como você, eu também só tinha lido um livro da Cecelia, e apesar de possuir algumas ressalvas, gostei da história e das mensagens que a autora nos passa. Acho que o que eu mais gosto nas histórias da Cecelia são justamente essas mensagens que ela insere ao longo da história !!!

      Beijinhos

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  3. Não sei, nunca tive curiosidade para ler livros dessa autora e mesmo lendo a sua resenha, não me pareceu algo que eu particularmente iria gostar. Até o fato de um personagem com tendências suicidas estipular um prazo de duas semanas e colocar essa responsabilidade nas mãos de uma desconhecida me incomoda muito. Então, acho que esse eu passo.
    Ah, e a Novo Conceito, infelizmente, tem que melhorar muito na parte de revisão mesmo. Já tive outras experiências com a editora em que a revisão deixou bastante a desejar.

    Beijos

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    1. Oi Lara, tudo bem ???
      Sabe flor, eu penso mais ou menos como você, inclusive, o que mais me decepcionou ao longo da história foi justamente a parte ligada as tendências suicidas do personagem e ao fato de que a Christine simplesmente aceita tudo como se fosse o dever dela realizar essa empreitada. É verdade que isso deu uma direção legal para a história, mas não deixa de ser um pouco irreal.
      Com relação a revisão da Novo Conceito, já li diversos livros da editora que não possuíam erros de revisão, e normalmente, quando encontro algum erro é algo pouco grave, por esse motivo faço a ressalva mas não é algo que atrapalhe a leitura sabe ?!

      Beijinhos

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  4. Oie!

    Bom, já ouvi falar bem da autora, li algumas resenhas dos seus livros e tal, mas não é meu gênero favorito. Romances com clichês são boas leituras pra encaixar entre livros tensos e intensos (ou na tpm), mas leio pouco e prefiro os de época, também. O livro parece ser bem clichê mesmo, seguindo a fórmula dos romances como Nicolas Sparks e afins, ignorando alguns pontos importantes na leitura, que é o realismo! Ainda prefiro assistir os filmes, do que ler os romances mais fofos e tal hahahaha. Mas tem gente que gosta, as meninas do blog lêem mais do que eu os romances, vou indicar pra elas.

    Boa resenha, muito sincera. Beijo!
    http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br/

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    1. Oi Caah, tudo bem ???
      Flor, pelo que você comentou, nós duas temos gostos parecidos. Também não tenho costume de ler romances clichês, muitas vezes, quando leio, mesmo gostando do livro em geral, acabo encontrando muitos detalhes que me incomodam, como foi o caso desse livro. Por esse motivo procuro ler poucos livros como esse, assim consigo aproveitar mais a leitura e ser menos crítica, rsrsrs.
      Com relação aos filmes ... Tenho que confessar que a minha paciência cai ainda mais do que com os livros, rsrsrs, ando muito rabugenta para essas histórias. XD
      Mas apesar de tudo, o livro é bem gostoso de ler e vale a pena conferir !!!

      Beijinhos

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