Autora: Bernard Cornwell
Tradução: José Roberto O Shea
Ano: 2018
Editora: Record
Páginas: 364
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Editora: Record
Páginas: 364
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A maioria das pessoas já ouviram falar de William Shakespeare, o grande dramaturgo e ator inglês do século XVI, autor de renomados clássicos como Romeu e Julieta, A Megera Domada, Rei Lear, MacBeth, Sonhos de Uma Noite de Verão e muitas outras peças. Nascido em 1564, em Stratford, filho de uma família rica, foi o terceiro de uma prole de oito filhos. E aqui vai uma curiosidade, William era o mais velho dos filhos que sobreviveram, é incrível a quantidade de crianças da família que morreram precocemente, três deles antes de completar dez anos.
Mas porque falar tanto sobre a família Shakespeare? Porque o livro é sobre ela e a vida de William, assim como sua obra. Tolos e Mortais é narrado por Richard Shakespeare, irmão de William, dez anos mais novo que ele e com o mesmo sonho do irmão mais velho, se tornar um grande ator de teatro.
A história começa na cidade natal da família, Stratford, que fica a duas horas de Londres. Richard é criança e já atua em algumas peças, mas sempre com papéis femininos, já que tem uma baixa estatura e seu rosto ainda não têm pelos. Seu grande desejo é conseguir um personagem masculino e de grande representatividade no cenário teatral, para isso, vai fugir para Londres e encontrar seu ainda não famoso irmão.
O livro mostra como a sociedade era preconceituosa com atores, como eles eram tidos quase como contraventores e só tinham lugares escusos para se apresentarem. Mas por outro lado a rainha tinha sua trupe teatral favorita e queria as peças que William estava escrevendo, começando assim uma guerra de espionagem teatral em plena Londres Elisabetana.
Tolos e Mortais é um livro cheio de detalhes, muito bem divididos em quatro partes, cada uma delas com um objetivo claro como parte central da história. As cenas são cheias de detalhes e a construção das peças Sonho de Uma Noite de Verão e Romeu e Julieta é muito abordada, desde a escrita de seus roteiros até os ensaios feitos pelo seu elenco.
A obra não fala se os acontecimentos são cem por cento verdadeiros ou foram criados em parte pelo Bernard, o que provavelmente aconteceu. Na minha opinião, o autor traz alguns relatos históricos de uma grande parte da história que realmente existiu, mas tecendo a ficção da trama em volta disso.
Uma das coisas que eu não gostei muito foi a demora para que acontecesse alguma ação, de fato, na trama, já que o livro é mais uma “novela” que um thriller, mas isso se deve somente à minha preferência literária do que à qualidade do texto. Eu gosto muito de livros que desde o primeiro momento apresentam investigações, mortes ou lutas épicas, o que não ocorre em nenhum momento em Tolos e Mortais. A trama está mais ligada à criação do teatro e principalmente ao desenvolvimento desse mito das artes cênicas chamado William Shakespeare, através da visão de um de seus irmãos, que, nessa história, é bem importante para seu enredo.
Além de trazer informações muito importantes sobre o passado do teatro em seus primórdios, Cornwell fala muito sobre a Londres Elisabetana, tanto o lado dos grandes jantares chiques, como da falta de saneamento básico, a dificuldade de locomoção e as doenças provocadas por contatos com ratos e demais animais não muito higiênicos.
O livro possui um pouco de romance também, mas na dose certa, sem ser muito meloso ou se perder da história principal. Na realidade o autor descreve muito bem o amor entre os personagens, passando por seus problemas, brigas e reconciliações.
Bernard Cornwell é um escritor consagrado, acredito que no Brasil sua obra mais famosa é a série As Crônicas Saxônicas, mas Tolos e Mortais foi minha primeira experiência com o autor, e gostei bastante dele. Esse livro foi originalmente lançado em outubro de 2017 nos Estados Unidos e chegou por aqui um ano depois em uma bela edição, que manteve seus mapas internos. A capa que me deixou um pouco decepcionado, pois não tem muito a ver com a obra, na edição americana um pergaminho e a mão de alguém com uma caneta, algo muito mais próximo da história. Já que a obra é sobre o enredo de peças de teatro, poderia ter sido mantida.
Mas e vocês, já leram alguma coisa de Cornwell? Gostam de obras sobre os séculos XVII e XVIII? Então não podem deixar de conhecer “Tolos e Mortais”, mais uma leitura que vale muito a pena.
Eu sempre quis ler algo do Bernard Cornwell devido aos elogios feito ao autor, mas não fazia ideia de que essa série de livros era sobre o William Shakespeare e sua família. Eu gostei bastante, não sou o mais íntimo de suas histórias e peças, mas ter a oportunidade de ler algo sobre e me aprofundar mais é fascinante. Além disso, a diagramação do livro parece perfeita!
ResponderExcluirCrônicas Saxônicas não é a obra maos famosa dele por aqui... Sharpe ganha de lavada e não só ela, Artur e Graal tbm... Bela resenha vou ler mes que vem essa obra...
ResponderExcluirPelo que li acima,este tipo de livro e leitura é coisa para poucos. Digamos, os leitores mais refinados e com gostos peculiares!rs
ResponderExcluirEu vou confessar que sou muito lesa para histórias assim, apesar de gostar muito. Mas sempre me confundo inteira, apesar de ser curiosa em relação a passado e fatos importantes!
O autor é muito conhecido e quem sabe, eu não me jogue em algo que saia totalmente dos meus gêneros favoritos?
Beijo
A capa dele é muito linda e me chama a atenção! Mas não sabia que se tratava da história dos Shakespeare e isso me desaponta um pouco, pois não é o estilo de leitura que gosto de ler.
ResponderExcluirAcho bacana os fatos históricos trazidos no livro e as curiosidades, mas a história em si não me atrai.
Oi, Bruno
ResponderExcluirAinda não li nada do autor e quero muito conhecer sua escrita.
A capa apesar de ser muito bonita não representa bem o conteúdo do livro.
Gosto muito de livros que tem cenários históricos, mas esse livro não é uma leitura que me agrada.
Mas se um dia tiver oportunidade darei uma chance.
Beijos
Olá! Ainda não li nada de Bernard Cornwell, mas acredito que esse livro seria uma ótima opção para começar, gosto que o autor misture acontecimentos reais com a ficção, e acompanhar mais sobre a história de um gênio como Shakespeare é sempre ótimo, concordo que a capa original do livro á mais bonita e combina mais com o enredo.
ResponderExcluirEmbora muito bem comentado, ainda não li nada do autor, primeira resenha que leio sobre o livro e fiquei curiosa em saber mais sobre a família Shakespeare, mesmo não se sabendo o que é verdade ou não, gosto de historias de outros séculos geralmente nos dão uma boa aula. Já ouvi falar desse preconceito contra atores, muito triste isso. É uma pena sobre a ação, também sou chegada a muita ação, assassinatos, investigações e muito mais rs.
ResponderExcluirBruno!
ResponderExcluirNão li nada do autor ainda, embora o conheça de algumas resenhas que li de outro livro dele.
Achei fantástico a hist´roria ser baseada em Shakespeare e saber mais dos detalhes sobre a vida e obra dele, mesmo que de forma ficcional, é interessante.
cheirinhos
Rudy
Oi Bruno,
ResponderExcluirPara ser honesta, não sei nada sobre William Shakespeare, exceto os títulos de algumas de suas obras (as quais nunca li). Mas isso não significa que não tenho curiosidade sobre sua vida, pois o nome é tão conhecido que sinto-me quase na obrigação de ter algum conhecimento sobre ele. Bernard Cornwell propõe um enredo bem diferente e nos dá uma visão sobre Shakespeare que eu não esperaria. Conhecer o autor através dos olhos de seu irmão é bem interessante, pois fica claro o quanto Richard admira seu irmão mais velho. Mas o mais interessante está nos outros elementos que envolvem o enredo como o teatro e a Londres Elisabetana. Nunca li nada do Cornwell, que também é um nome que já ouvi bastante por causa de outras obras e mesmo que não tenha tido muita curiosidade em lê-las, Tolos e Mortais, realmente, chamou minha atenção.
Também nunca li nada do Cornwell, sempre tive vontade, mas não sei se é muito me estilo, as guerras e tudo mais, mas esse livro me deixou muito curiosa por fugir um pouquinho da temática que ele sempre aborda, e amo Shakespeare!
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