Hacksaw Ridge
Lançamento: 26 de janeiro de 2017Com: Andrew Garfield, Vince Vaughn, Teresa Palmer
Gênero: Drama, Guerra, Biografia
Baseado em uma história real, Até o Último Homem contará a história de Desmond T. Doss, um médico adventista que durante a Segunda Guerra Mundial salvou mais de 75 homens na Batalha de Okinawa. Por se recusar a pegar em uma arma, Doss foi um dos primeiros militares opositores conscientes a ser condecorado pelo Congresso Americano.
Sua biografia foi lançada no Brasil em 2016 pela editora CPB com o título de Soldado Desarmado, sob a autoria de Frances M. Doss, segunda esposa de Desmond.
Logo no início do filme percebemos que há muita história por trás do mais improvável dos heróis. A trama se desenrola a partir de sua infância e adolescência, com foco no seu treinamento militar, até os acontecimentos que o consagraram. Desde pequeno ele teve uma complicada relação com a morte. Em uma briga entre irmãos, Desmond quase matara seu irmão Harold "Hal" Doss. Seu pai, sempre fora assombrado pelos terrores que viveu na guerra, descontando parte disso em sua família e tais acontecimentos deixaram Desmond ainda mais seguro de suas convicções futuras.
Sua relação com a medicina começa quando ele conhece Dorothy Schutte, enfermeira em sua cidade. Seu país está em guerra e após ver seu irmão se alistar no exército, ele não sente-se à vontade em ficar em casa, e assim decide ingressar para o serviço militar e servir o seu país. Porém sua caminhada não é tão fácil e em seu treinamento ele enfrenta a primeira, de várias dificuldades. Sua presença em seu pelotão era considerada uma ofensa, uma afronta diante a vida de seus colegas, pois ao contrário de todos, Desmond não estava disposto a tirar vidas na guerra. Como ele poderia proteger seus colegas dessa maneira?
Até o Ultimo Homem aborda um paradoxo interessante de se acompanhar, como Desmond se revelará um herói de guerra se ele prega ferrenhamente o sexto mandamento? Questionamentos como amar ao próximo são levantados constantemente neste filme e em tempos atuais, o fato de Até o Ultimo Homem conseguir transmitir uma bela mensagem meio a tanta violência, é louvável.
Quanto a interpretação de Andrew Garfield, de início senti uma certa estranheza, por vezes não me conectei com o ator que entregava uma interpretação ingênua demais mediante a algumas situações do filme, isso me pareceu pouco provável até para um homem com nervos de ferro. Porém em outros momentos, consegui enxergar uma entrega maior e mais convincente, o interprete oscila em sua interpretação, mas no fim entrega um bom material, portanto, indicação a melhor ator merecida.
Além da indicação mencionada e a de melhor filme, o longa também recebe mais quatro indicações, uma para melhor direção e mais três relacionadas a edição. Os efeitos visuais deixaram um pouco a desejar, os planos abertos no início do filme foram bem toscos e gritantes aos olhos dos mais leigos, por outro lado, as cenas de batalha foram bem executadas e causam uma imersão sanguenta e cruel, cenas típicas de filmes de guerra, contrastando bastante com o pano de fundo da história.
Mel Gibson vem assinando filmes incríveis, como A Paixão de Cristo e Apocalypto, 20 anos após o grande sucesso que foi Coração Valente, o diretor volta reafirmando mais uma vez seu talento. Gibson conseguiu equilibrar bem os dois lados da guerra nesta história, temos os princípios de um combatente pacifista, porém, sem diminuir o impacto da violência nas cenas de batalha. Perceber a fé e a força do personagem em meio ao caos da guerra garante momentos emocionantes ao público.
Até o Último Homem é um filme visivelmente bonito, tanto em sua mensagem quanto em sua execução, é comovente, inspirador e marca a volta de Mel Gibson com sua ótica afiada. Lembrar de histórias como a Desmond, que fizeram a diferença a sua maneira, em tempos em que líderes de potencias destilam ódio gratuitamente, trazem um fio de esperança para o nosso convívio, independente de religião, fé ou qualquer outra coisa, apenas um pouco de dignidade em nossos atos.
Parece que você adivinhou que eu assisti hoje! Sem palavras para esse filme maravilhoso e muito inspirador. O mais emocionante é saber que existiu um homem que fez tamanha bondade para com o próximo, ele desejou amor em meio a guerra e isso como você disse, é louvável. Sua crítica fez jus ao filme, parabéns! Beijos
ResponderExcluirAdorei os pontos que você levantou em relação a mensagem do filme. Também tive essa mesma estranheza com o Garfield no começo, mas depois parece que tanto o personagem como o ator dão uma crescida na história. Mas, sinceramente, achei muito surreal aquele final. Pode até ter sido verdade, mas fiquei com uma sensação estranha. Beijos
ResponderExcluirvou assistir hj
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