Autora: Anne Holt
Ano: 2017
Editora: Fundamento
Páginas: 216
A cidade de Oslo está enfrentando um aumento significativo na criminalidade, a cada dia os policiais e peritos locais são chamados para atender novas ocorrências, mas nenhuma delas até o momento os havia chocado tanto.
Tudo indica que um crime bárbaro aconteceu, há uma quantidade insana de sangue por todos os lados e nenhum sinal da vítima, a única pista deixada pelo criminoso são os números pintados com sangue na parede, o problema é que a monstruosidade volta a se repetir, não apenas uma, mas duas vezes. Como se isso já não fosse o suficiente, uma nova ocorrência chega até as mãos de Hanne Wilhelmsen, a denúncia de uma jovem vítima de estupro.
Hanne ama sua profissão, mas encará-la tem sido um desafio tremendo. Não há investimento no departamento, os crimes aumentam a cada dia e o pessoal para trabalhar nos casos é pouco, a maioria dos casos nem chegam de fato a serem investigados e ela sente que tem falhado como profissional, mesmo que esteja fazendo o seu melhor. Sua vida pessoal também não anda muito bem, ela tem tido dificuldades para equilibrar as coisas, não sabe exatamente como se comportar, ser uma mulher em um meio predominantemente masculino não é fácil, ela precisa se esforçar o dobro e provar a cada dia o seu valor.
"Quando finalmente se acalmou, passou a saborear uma espécie de satisfação apaziguadora, pois uma atitude seria tomada; ela ficou atônita. Isso era loucura, pura e simples. Você não pode simplesmente matar pessoas. Mas, se alguém tinha que fazer isso, seria ela."
E é em meio a um verão rigoroso que Hanne precisa se esforçar para tentar solucionar esses dois casos complicados, e é durante as investigações que tudo se torna ainda mais confuso. Entender as motivações, buscar um perfil, tudo se revela um grande desafio diante de tanta burocracia, pouco apoio e nenhuma pista. Mas a equipe de Hanne é inteligente e conforme os dias passam, alguns pontos começam a se ligar.
Números de Azar é uma leitura eletrizante e viciante. Gostei bastante da narrativa da autora e da maneira como ela dá voz a vários personagens, é um verdadeiro mergulho na mente do criminoso, da vítima e de quem investiga. Ao longo das páginas passamos a conhecer um pouco mais de cada personagem e esse foi um dos pontos que gostei na trama, a autora se preocupa em construir personalidades, características e tornar cada individuo necessário e importante para o desenrolar do enredo. Outro ponto muito positivo na obra, é a maneira como a autora abordou as dificuldades enfrentadas por uma vitima de estupro, assim como em seus familiares, é difícil falar deste assunto sem ficar revoltada e inconformada e o livro aborda esse tema de uma maneira bem crua, o que só me deixa ainda mais enojada e sem conseguir compreender o que leva uma pessoa a agredir a outra deste modo.
Entretanto, teve um ponto que me incomodou no enredo, é que a resolução do crime ficou para as últimas páginas e só se revelou o assassino, fiquei esperando por mais explicações, por aprofundamento... não sei explicar exatamente, só sei que para mim faltou um pouquinho mais. Deixou aquele gostinho de que foi bom, mas que poderia ter sido ainda melhor, principalmente diante do desenvolvimento da narrativa ao longo dos capítulos. Mas é importante ressaltar que isso é um apontamento totalmente pessoal e que talvez quando você ler, não venha a te incomodar.
"Ela permanecia completamente imóvel, ponderando sobre como agir. Havia sangue por toda parte. No chão. Nas paredes. Até mesmo no teto, havia manchas que lembravam as figuras abstratas de algum tipo de teste psicológico."
Por se tratar de um livro policial, que tem uma investigação, fica difícil colocar em palavras o que li sem soltar spoilers. Mas o que posso garantir a vocês é que nada aqui na trama soa óbvio, a autora sabe nos conduzir por vários caminhos diferentes, criando teorias e suposições. Além de gerar reflexões importantes, é uma crítica a sociedade de modo geral, falando sobre empatia, justiça, humanidade, direito de escolha. Com uma protagonista forte, determinada e muito humana, com anseios, medos e inseguranças, que quer fazer a sua parte, mas que muitas vezes têm suas mãos atadas.
Esse foi meu primeiro contato com a autora e espero poder conhecer outras obras da mesma. Preciso deixar meus parabéns para a Editora Fundamento, diagramação simples e linda, os detalhes realmente fazem a diferença. Beijos, até a próxima!
Deixar para o final a revelação do assassino e deixar algumas pontas soltas é recorrente nos Thrillers policiais, infelizmente.
ResponderExcluirGostei muito de saber que a protagonista é uma policial feminina que parece ser emponderada e que luta pelo seu espaço nesse mundo tão machista.
Fiquei muito interessada.
É livro único?
Faz parte de uma série mas as história são fechadas e únicas em cada livro! Beijos
ExcluirOi, Bia.
ResponderExcluirSerá que essas mortes não estariam ligadas a algum tipo de sacrifício?
Com certeza não é uma tarefa nada fácil para a detetive, por ter que ligar todos esses pontos e decifrar esse enigma sanguinário.
Oi Bia, Não conheço a altora também, e leio poucos livros do gênero, apesar de estar começando a gostar.. porque a curiosidade que gera a história.. sem contar nas "pistas" que você tem que ir construíndo para tentar resolver a questão é muito bacana. Mesmo eu não gostando muito de histórias com mortes kkk.
ResponderExcluirJoi, a mostra da Alice no País das Maravilhas era no Iguatemi de POA, mas não sei até quando ia estar lá..
Bjs
www.vivendosentimentos.com.br
Obrigada por avisar Monique! Acabei não conseguindo ir =(
ExcluirAinda não li nada da autora,mas já quero muito poder conhecer este livro acima.
ResponderExcluirAmo o gênero, ainda mais quando estes policiais, conseguem jogar o leitor dentro do enredo, das investigações e claro, na pele das vítimas.
Foi bom ler também que mostrou esse lado mais humano, como o das vítimas de estupro. A gente sabe que não é só o trauma, mas há toda essa burocracia envolvendo um ato já tão inexplicável.
Vai para a lista de desejados, mesmo você citando sobre um possível final que não irá agradar totalmente.
Beijo
Livro muito ruim, história muito mal contada, personagens sem carisma. Acho que são os melhores resumos para o livro.
ResponderExcluirLivro policial, que tem a personagem central um policial e quem descobre tudo que está acontecendo não é o personagem. Não sei bem o que a autora quis fazer. O livro é curto e deva para tirar umas 80 páginas que a história seria contada do mesmo jeito.
Quem gosta do gênero e já leu outros livros e, principalmente, já leu outros autores nórdicos, vão odiar o livro. Talvez ele seja uma boa porta de entrada, para quem nunca leu.
Verdade Santiago, acredito que para quem não tem costuma de ler o gênero o livro pode ser uma boa porta de entrada, como foi no caso da Biia!
ExcluirTu tens outros livros de autores nórdicos para nos indicar? Temos alguns resenhistas que se interessam bastante pelo gênero!
Não gostei muito da capa do livro, mas a história em si parece ser muito interessante, principalmente porque você disse que a autora conseguiu dar voz a vários personagens. Faz tempo que não leio nada do gênero, e acho que esse livro pode ser o meu retorno
ResponderExcluirOi!
ResponderExcluirEu sou muito exigente quando se trata de livros policiais
Para mim sempre tem de haver um suspense e uma personalidade marcante nos criminosos, por isso sempre tenho meus autores favoritos.
A história não me atraiu muito mas se eu conseguir um lugar na minha lista, quem sabe?!
Oi Bia!
ResponderExcluirAchei o livro super interessante. Principalmente por tratar de assuntos pesados como eles realmente são. Também fico decepcionada quando somos revelados apenas o assassino. Afinal, queremos saber os motivos por trás do crime.
Beijos!
Nerd Fox
Gostei muito da sinopse e da sua resenha! Deve ser difícil falar de um livro de mistério sem dar spoilers mesmo! hahaha
ResponderExcluirA única coisa que não me agradou foi essa fonte HORROROSA da capa! As pessoas não sabem fazer nem título e nem capa de livros de thrillers e de suspense! Como pode...kkkk
Olá Biia!
ResponderExcluirEu li algumas resenhas sobre o livro e preciso confessar que estou doida pra conhecer a escrita da autora, adorei a sinopse e espero conseguir ler em breve pois adoro o gênero.
Bjs!
Não conhecia o livro e fiquei interessada em ler adoro historias policiais devido a esse mistério que envolve os crimes e o leitor. Parece que esse foi bem elaborado mexendo com a nossa mente e emoções, achei uma pena o final não ter sido melhor elaborado.
ResponderExcluirOi Bia.
ResponderExcluirAdoro livros policiais, e mais ainda quando a narrativa envolve também partes do (no caso) assassino, mesmo sendo brutal gosto de tentar entender as motivações desse personagem.
Pena que o final deixou a desejar, mesmo assim parece que a autora soube conduzir bem a história! Ah, achei ótimo ter mostrado como uma vítima de estupro sofre, não só pelo ato, mas por tudo o que ela tem que passar depois, é algo bem realista e que pouco se retrata na ficção.
Beijos
Só consegui responder dessa forma :(, não sei o que aconteceu.
ResponderExcluirVou colocar alguns nomes que lembrei: Jo Nesbo (norueguês), Henning Mankell (sueco), Lars Kepler (suecos ou dinamarqueses) Camilla Läckberg (sueca), Jussi Adler-Olsen (dinamarquês), Arnaldur Indridason (islandês), Kristina Ohlsson (sueca). Tem o autor da Garota Corvo, que esqueci o nome.
Indico também Stieg Larsson (sueco), não li seus livros, mas os filmes baseados na sua obra são muito bons.
Li todos acima, além de outros que esqueci. Não vou fazer juízo de nenhum, para não influenciar de alguma forma.