Uma Proposta e Nada Mais | Mary Balogh

Título Original: The Survivors' Club #1 - The Proposal
Autora: Mary Balogh
Tradução: Livia de Almeira
Ano: 2018
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
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Uma Proposta e Nada Mais é o primeiro volume da nova série da minha queridíssima autora Mary Balogh. Clube dos Sobreviventes dá um tom ainda mais ousado aos romances da autora, que tem como característica, trabalhar em seus enredos problemáticas que destoam do que normalmente encontramos dentro do gênero.

Neste primeiro livro conheceremos Gwendoline, uma jovem viúva que vê em sua rotina pacata a satisfação após tanto sofrimento. Porém, algo que estava distante em seus planos, passa a ser uma possibilidade, quando a solidão começa a importuna-la. Casar novamente parece ser uma ótima solução, uma vez que seu pretendente seja tudo o que deseja, um homem refinado, calmo e que busque uma vida tranquila assim como ela.

Hugo Hmes, o lorde Trentham é tudo, menos isso. Assombrado por suas decisões do passado, Hugo só é um cavalheiro devido aos seus feitos de guerra. Com exceção disso, ele é apenas um homem amargurado que agora tem em suas mãos o destino da madrasta e de sua meia-irmã, sua maior preocupação. E para garantir isso, um casamento parece ser o ideal no momento. É em um encontro bastante inusitado que o destino desses dois personagens acabam se cruzando, com vivências completamente diferentes, Gwen e Hugo dão início a uma nova amizade e será quase impossível resistir a tudo de novo que um proporciona e desperta no outro.

Uma Proposta e Nada Mais inicia esta série com a fórmula certa para cativar o leitor. Com um enredo emocionante, que vai falar essencialmente sobre segundas chances, a autora também vai trabalhar as diferenças sociais e o preconceito que existia entre os aristocratas com lordes que conquistaram suas fortunas através do trabalho. Em meio a tudo isso, um tom divertido é somado a trama, até então raro nas narrativas da autora, mas que contribui e se mostra coerente dentre as personalidades dos personagens.



Nesta leitura vários elementos relacionados ao casal se destacam. Dentre eles, as diferenças do casal, como já mencionei. Isso proporciona alguns momentos de descontração em cada diálogo. A trama também deixa de lado aquele ar mais ingenuo e ganha um ar mais maduro, um reflexo da idade dos personagens que são mais velhos. A autora consegue transmitir pelas páginas as inseguranças e os demônios de cada um, os de Gwen que tenta recomeçar sua vida, e os de Hugo, que acredita não ser digno da sua. Acompanhar o quanto um precisa do outro e o crescimento dessa relação é emocionante.

Isso de Mary Balogh trabalhar problemáticas diferentes, dá a impressão que suas histórias estão muito próximas da realidade que foi do século XVIII. O que faz que seus personagens sejam mais humanos e como consequência, mais interessantes. Eu tive este deslumbre desde a primeira série da autora que li e é maravilhoso perceber que isso só evoluiu. A complexabilidade de cada personagem é tratada com atenção e a autora não tem medo de se aprofundar nisso. 

Como o nome da série fala, é neste primeiro volume que seremos apresentados ao Clube dos Sobreviventes e quem são seus integrantes de fato. Todos os anos, sete amigos, uma mulher e seis homens, se reúnem em uma casa de campo em Cornualha. O objetivo desses encontros é simples, rever os amigos e ter alguns momentos de descontração juntos, para esquecerem os traumas que cada um viveu na guerra. Sendo assim, a inclusão de personagens mais vividos, experientes e mais maduros, dá um tom mais dramático a trama, até mais real e envolvente. 



Conhecendo todos os membros do Clube dos Sobreviventes e os problemas que eles, aparentemente, carregam, me deixa ansiosa para os próximos volumes. É impossível não torcer pela redenção e felicidade de cada um. Para falar a verdade, a mensagem mais importante desta série, está muito além do romance em si apresentado, mas na amizade criada por todos os membros do clube num momento de perda e recuperação. Só esta primeira impressão sobre a trama já a torna única aos meus olhos.

A partir disso o romance passa a ser um presente para o leitor e o enredo te convence com uma propriedade capaz de te emocionar, assim como um bom livro deve fazer, com profundidade e sentimentos genuínos. Eu recomendo muito a leitura. Conheçam esta autora, tudo que ela escreve é ótimo e não vai te decepcionar.

17 comentários

  1. Oi Joi,
    Sempre vejo ótimas críticas sobre os livros de Mary Balogh, mas como não tenho costume de ler romances de época ainda não pude conferir sua escrita. O mais interessante de Uma proposta e nada mais e, talvez o maior diferencial, está na relação entre os protagonista maduros que já tiveram grandes acontecimentos na vida. Trazer a questão da guerra e suas consequências para quem sobreviveu a ela conferem uma certa seriedade a mais na história e, também, já fiquei curiosa para saber mais sobre as histórias dos outros integrantes do Clube dos Sobreviventes. Se a autora já tinha boa fama entre seus fãs, com a proposta dessa nova série e os temas abordados, isso só virá a crescer e para quem ainda não teve a oportunidade de ler suas obras (como eu) será muito interessante ter esse tipo de contado com romance de época.

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    1. Realmente Gislaine, eu indico muito ela, acredito que será o ideal para você conhecer a autora e o gênero também. Beijos

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  2. Um livro parece trazer um grande romance, com dois personagens com personalidades distintas, mas que acabam se completando eu espero. Pois um aprenderá com o outro e juntos conseguirão superar as adversidades!!

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  3. Sou fã do trabalho da autora e namoro esta saga há um tempinho e a cada nova resenha, aumenta ainda mais a vontade em ler todos!
    Pelo que li acima, os protagonistas desta saga trazem muitos diferenciais, como a maturidade,mas também, continuam trazendo uma marca gostosa da autora, o bom humor. Aliás, muitas autoras tem usado esta "arma" e a gente, agradece!rs
    Com certeza, espero ter e ler não somente este, mas todos, em breve!
    Beijo

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  4. Nunca li nada da autora mas tu fez um comentário que me chamou atenção, ela tem uma pegada que destoa do convencional, é isso? Parei de ler romances de época justamente por serem sempre a mesma coisa, embora eu goste começou a ficar chatinho, estava procurando algo novo agora acho que encontrei. O tom mais maduro também me interessou embora a historia num geral não foge a regra. Valeu a dica.

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    1. Exatamente isso Fabiana, os romances da Mary me conquistaram por ela sempre trabalhar temáticas diferentes. Eu adoro!

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  5. Olá, a escrita de Balogh parece ter um ritmo frenético que prende o leitor a cada virada de página. Porém, quem já íntimo dos livros do gênero talvez sinta falta de algo que torne a obra original em meio a tantos clichés envolvendo romances de época. É sabido, contudo, que a autora consegue usar de sua narrativa para passar ao leitor críticas relacionadas à época. Beijos.

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  6. Ainda não conheço a escrita da autora, mas ela é bem comentada então pretendo ler seus livros um dia. Gostei que tem um tom divertido na narrativa, deixa a leitura mais descontraída, mas pensei que os outros livros da autora tivessem também. Achei legal essa parte dos amigos se encontrarem todos os anos, para conversarem e se reverem devem ter passado maus bocados na guerra.

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  7. Oi Joi,
    Amo romances de época, e claro que estou babando nesse desde o lançamento... Sabe o que mais me surpreendeu? Como os personagens já são maduros, ja passaram por situações complicadas, normalmente esse gênero de livros sempre trazem casais descobrindo a vida, o amor, e nesse não, por mais que os dois sejam bem opostos e claro que deve ter tido aquelas briguinhas que a gente ama, os dois já passaram por muita coisa e amadureceram!
    Hugo parece apaixonante, imagina esse homem procurando uma esposa? Rsrs! Claro que irei ler..
    Beijos

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  8. Achei super interessante o enredo. Confesso que não leio muitos romances de época mas esse livro já tinha me chamado atenção antes. O que li aqui só confirmou ser algo apaixonante. Vai entrar pra minha lista ;)
    https://contodemaria.wordpress.com/

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  9. Joi!
    Bom ver que o livro foge da mesmice dos romances que estamos acostumadas a ler e traz um diferencial, tornando a leitura ainda mais agradável e fácil de o leitor se envolver com os protagonistas, suas dúvidas, receios, a descoberta do amor...deve ser lindo!
    Desejo uma semana feliz!
    “Algumas quedas servem para que levantemos mais felizes.” (William Shakespeare)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA OUTUBRO - 5 GANHADORES – BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

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  10. Não leio muito romances de época, fazia anos que não lia nenhum, até ler este ano Volte para Mim da Paola. Aí resolvi que vou me aventurar novamente neste gênero de livros. Então é sempre bom colher dicas e ir montando minha lista de leituras de romances! Gostei muito da premissa e da ideia do clube dos sobreviventes e de suas reuniões anuais!

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  11. Oi! Só li críticas boas desse livro, os personagens são bem distintos e cada um vai atrás do que acha certo e gosta, embora sejam diferentes um do outro, ambos tem uma garra e personalidade forte. Espero que tenham superado suas diferenças e deixem o que sentem um pelo outro fluir! romances de época sempre têm esse tom de os protagonistas darem umas boas cabeçadas antes de engatar o romance de vez!

    Bjoxx

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  12. Eu tenho certeza abosoluta que não vou me decepcionar com a série. Gostei da resenha, mesmo que tendo lido vàrias resenhas, continua a me surpreender.

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  13. Oi, Joi!!
    Mais uma série incrível da Mary Balogh!! E como grande fã de romances de época vou com certeza ler essa nova série Clube dos Sobreviventes! Amei a indicação.
    Bjos

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  14. Romances de época não é um gênero que eu leio muito e confesso que não conheço esta autora, rs. Mas parece uma história bem emocionante, com muitos dramas e fortes sentimentos. Interessante!

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  15. Todas as resenhas que leio sobre romance de época são bem positivas, os personagens são bem marcantes né, eu vejo esse tipo de romance mais para leitores do sexo feminino, longe de qualquer preconceito ou machismo, mas as mulheres tem um lado romantico muito mais aflorado do que os homens..rsrs

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