Autora: Gayle Forman
Tradução: Mariana Serpa
Ano: 2018
Editora: Arqueiro
Páginas: 240
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Eu Perdi o Rumo é um título mais do que perfeito para o lançamento da Gayle Forman, publicado pela Editora Arqueiro. Nele o leitor precisa encarar as histórias que compõe esse enredo de coração aberto para se perder no meio dessas páginas, mas sempre tendo em mente o quote de J. R. R. Tolkien, que autora usou como epígrafe: "Nem todos os que vagueiam estão perdidos".
Nós iremos acompanhar a história de três jovens que - como sugere o título - estão sem rumos. Começamos por Freya que está prestes a virar uma cantora superfamosa, se não fosse por um detalhe: ela perdeu a voz bem no momento em que deveria estar gravando o seu primeiro álbum. Harun, um jovem de descendência indiana, precisa escolher entre sua família e suas tradições ou fugir de casa para encontrar James, o amor da sua vida. Por fim, temos Nathaniel que foi meio sem rumo para Nova York, aparentemente em busca do seu pai. Esses três se entrelaçam em um acidente no Central Park e juntos tentarão encontrar seus caminhos.
Logo percebemos que mais do que uma história sobre pessoas sem rumos, o que Gayle Forman nos traz é uma história sobre encontros, que por mais absurdos que possam parecer, são amostras de que não estamos sozinhos nesse mundão. O que Freya, Harun e Nathaniel vivem em um dia juntos pela cidade de Nova York é uma das histórias de empatia mais lindas que já li em um romance jovem-adulto. Cada um deles tem um problema completamente diferente e em nenhum momento existe um comparativo de "quem está mais na pior", pelo contrário. Eles tentam de alguma forma fazer a diferença na vida desses "estranhos", mesmo que seja demonstrando que eles não estão só.
A narrativa é apresentada em tempos diferentes e com vozes diferentes: um narrador em terceira pessoa que conta o ponto de vista de cada um dos personagens no presente; e cada personagem narra em primeira pessoa um pouco de suas próprias vidas e como eles chegaram até aquele ponto de "perda do rumo" (esses capítulos são nomeados como "a ordem da perda"). Sendo assim, se for para apontar uma questão em comum entre os personagens será que o pano de fundo de seus problemas é a família. Quando começamos a entender melhor o que aconteceu na trajetória da vida dos personagens (premissa importantíssima para cultivar a empatia), fica bem claro o papel da família na vida de cada um deles. E com isso, a amizade é apresentada não como algo que substitua a família, mas como mais um pilar que nos sustenta mesmo quando o "pilar família" parece estar ruindo.
Outro ponto que vale destacar desse livro é a pluralidade de representatividade que Gayle Forman trouxe para a história e a forma primorosa com que ela trabalhou cada uma. Por exemplo, a situação do pai de Freya, que me lembrou muito alguns contos da Chimamanda Ngozi Adichie, que fala sobre os conflitos culturais e emocionais de alguém que deixa a sua terra natal e constitui uma família nos Estados Unidos. Da mesma forma, a própria Freya, que apesar das circunstâncias, faz questão de manter os laços com suas origens. Também temos Harun, um garoto gay em uma família tradicional indiana, e Nathaniel que tem um problema de visão e casos de problemas psiquiátricos em sua família. Não quero falar muito mais para não dar spoiler e estragar a sua experiência de leitura, mas podemos conversar mais sobre cada um desses pontos depois.
Quem já conhece a Gayle Forman sabe que é sempre bom deixar um pacote de lencinho por perto quando for ler alguns dos seus livros e com o Eu Perdi o Rumo não será diferente. A história apresenta algumas cenas muito fortes e impactantes, que com certeza te faram pensar e refletir sobre uma série de coisas. Como eu disse, existe uma grande chance de você perder o seu rumo também, mas talvez esse seja o primeiro passo para nós nos encontramos (e é isso que acontece com esses três).
Tenho receio dos livros da autora devido uma duologia que li e não gostei. Mas esse parece ser interessante, é uma leitura que mexe com a gente e deixa pensando em tudo que esses personagens estão passando, parecem reais, pois as dificuldades deles, são algo que podemos passar se não já passamos. Os personagens devem ter sido bem trabalhados, pois cada um tem sua personalidade e problemas diferentes.
ResponderExcluirOi, Nina,
ResponderExcluirA forma utilizada pela autora - através dos três personagens - sem dúvidas causa uma nuance de sentimentos maior no leitor. É bem elaborada.
Já vou depositar minhas expectativas nesse livro. Tem tudo para me fazer gostar.
Como fã da autora, não vejo a hora de poder conferir este novo trabalho dela! Quem nunca se perdeu de si mesmo ou perdeu algo, alguém?
ResponderExcluirComo lidar com tudo isso? Como superar? Se é possível lidar...
A autora tem essa mania gostosa de jogar o leitor no enredo, encarar de frente todos os sentimentos e pelo que li acima, mais uma vez, ela nos joga no enredo, trazendo nossa alma à frente!!
Com certeza, já está na listinha de desejados!
Beijo
Oi Nina,
ResponderExcluirA autora sempre consegue montar enredos muito originais, com esse não foi diferente, gostei demais.
Muito bacana essa diversidade, e melhor, pelo fato do livro ser narrado pelos três protagonistas, conseguimos conhecê-los mais a fundo, assim como a cultura e diferença de cada um. Imagino que é o tipo de história que emociona…
Li alguns comentários bem positivos, e fiquei com vontade de ler.
Beijos
Oi Nina,
ResponderExcluirJá li o livro Se eu ficar, dessa autora e gosto bastante da história. Esse livro parece ser muito boa também, já quero ler.
Olá! Eu nunca li nada dessa autora, e confesso que tenho bastante curiosidade de conhecer a escrita dela. Achei super legal essa mistura de personagens e suas histórias que ela colocou no livro, e Nathaniel é o que me deixou mais curiosa. Espero ler em breve e gostar tanto quanto você! Obrigada pela resenha!
ResponderExcluirBjoxx
Olá, desconheço a escrita de Forman, porém é visível que aqui o autor deixa claro o quão é competente em relação à caracterização dos personagens. Outro ponto que chama atenção é essa técnica de narração que intercala entre primeira pessoa e um narrador onipresente, que expande as perspectivas da história de uma forma espetacular. Também gosto das mensagens e ensinamentos que vem junto com a história, as quais provam o poder da amizade. Beijos.
ResponderExcluirNão conhecia o trabalho de Gayle, mas essa com certeza deve ser uma historia bem envolvente e emocionante.
ResponderExcluirE nos traz uma mensagem linda, para as pessoas que se sentem meio perdidos, sem saber que caminho escolher... Sempre há uma luz no fim do túnel.
Adorei a resenha, bjs
Oi, Nina! Dessa autora só conheço a adaptação cinematográfica de ''se eu ficar'' e gostei tanto que não quis ler o livro, para acabar não me decepcionando (motivo estranho) e desde então nenhum livro dela me atiçou a curiosidade, até eu ler a sinopse desse, adoro livros em que relações familiares são abordadas, com certeza vou adicionar a minha lista. Adorei a resenha.
ResponderExcluirOi Nina!
ResponderExcluirEu li dois livros da autora e gostei mto da escrita dela, este livro está nos meus desejados, gostei da sinopse e de resenhas que acompanhei sobre e espero gostar desta obra qdo ler.
Bjs!
Olá, Nina
ResponderExcluirAinda não li nada da autora. Mas adoro a capa desse livro por ser azul e pela sinopse.
Cada resenha que leio, me interesso ainda mais em fazer essa leitura.
Quero saber mais sobre os personagens que se conhecem, tornam amigos e todos se ajudam, os temas que ela aborda no enredo, as culturas diferentes, enfim tudo me deixa instigada para ler o mais breve.
Beijos